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Abaixo…”Quando o Pincel Toca a Alma” – Celia Maria Marchini
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Reflito agora sobre o significado que a arte tem para mim: uma ponte para alcançar os sentimentos da minha alma. Quando pinto, a primeira coisa que faço é parar, é o instante em que entra em mim o poder de decisão. Quando pinto, o que há de mais importante é que quero estar apenas comigo, pois é uma tarefa solitária, que não depende de minhas atividades externas.
[/et_pb_accordion_item][et_pb_accordion_item title=”Ninguém pode conduzir então os meus passos, não há sequência, não há regra…” open=”off” use_border_color=”off” border_color=”#ffffff” border_width=”1px” border_style=”solid” disabled=”off”]
…não há quem dite as normas, é o momento das minhas emoções e sentimentos. Sentimentos e emoções que podem ser de tristeza, de raiva, de angústia ou mesmo uma brisa amorosa, uma gratidão profunda ou uma necessidade de comunicar. Mas, sejam quais forem, eles estão aí, presentes, estão nas minhas entranhas, no meu coração em movimentos profundos, querendo se expressar, tomar forma, contar a sua história através das linhas e das cores. Através de uma pequena interrupção eu percebo a minha indecisão, descubro minha alegria no laranja, minha cautela no marrom. E, nesta união de pontos e de cores, vou me desenhando, me descobrindo.
[/et_pb_accordion_item][et_pb_accordion_item title=” Pode ser que eu não goste do que vejo…” open=”off” use_border_color=”off” border_color=”#ffffff” border_width=”1px” border_style=”solid” disabled=”off”]
…mas sou eu expressando as minhas alegrias e feridas mais profundas. Posso afirmar que a arte é curativa, pois às vezes as lágrimas são expressas em pequenas ou longas pinceladas. Em outras ocasiões, coloridos exuberantes e alegres são recheados de risos, tocam o papel de uma forma leve e rápida, querendo me diluir e distribuir gargalhadas. Posso ser então um pássaro esvoaçante ou uma macaca se equilibrando em uma corda: sei que tudo é expressão minha naquele momento. Posso olhar e enxergar as múltiplas facetas que se expressam, mas sei que sou única e uma só em constante transformação.
[/et_pb_accordion_item][et_pb_accordion_item title=”A arte me ensina ainda a passividade e a reverência.” open=”off” use_border_color=”off” border_color=”#ffffff” border_width=”1px” border_style=”solid” disabled=”off”]
A passividade, pois ela se expressa através de mim e me reflete através dela. E a reverência, porque esta palavra soa aos meus ouvidos a cada vez que me curvo sobre o papel branco, assim, do nada. Às vezes, este branco e este nada me dão calafrios, uma sensação de impotência, como se eu não tivesse em que me agarrar. E é isto mesmo: é o não ter nada, é o vazio, momento que antecede o ato de criação.
Sim, eu posso contemplar modelos em que possa me inspirar, posso copiar lindas fotos. Eu posso copiar os traços, mas a expressão é sempre individual. No momento de pintar, tenho a minha própria forma de me expressar, e procurar a minha expressão não é tarefa fácil. É muito simples perceber como o outro se expressa. Mas, quando se trata de saber como eu mesma me expresso, tenho que recorrer a um espelho, pois somente assim posso expressar aquilo que é genuíno em mim e não fruto de um condicionamento ou de uma fragilidade. E, portanto, a arte me leva sempre ao caminho do autoconhecimento.
[/et_pb_accordion_item][et_pb_accordion_item title=”Através da arte desenvolvo, também, o respeito. ” open=”off” use_border_color=”off” border_color=”#ffffff” border_width=”1px” border_style=”solid” disabled=”off”]
Pois, da mesma forma que sinto em mim este tocar na alma, sei que a arte toca a alma de todos os criadores, fazendo-se presente por meio de formas e cores em diferentes expressões de beleza e sensibilidade que desafiam o artista. E através da arte sou tocada ainda pela gratidão, porque quando olho minha mesa de trabalho e vejo sobre ela os materiais de pintura, penso em todas as pessoas que de alguma forma contribuíram para que eles fossem feitos.
Percebo que acreditei em mim mesma quando decidi, aos cinquenta anos, ser artista plástica. Arranquei de dentro de mim, num ato de exorcismo, a voz de minha professora de primária, que dizia que eu não tinha talento para aprender pintura. Fui criada para acreditar em fragilidades, mas essas fragilidades não existiam em mim. Existiam, sim, potenciais que precisavam de cuidados e carinho para florescer.
[/et_pb_accordion_item][et_pb_accordion_item title=” Passei anos amando a pintura em silêncio…” open=”off” use_border_color=”off” border_color=”#ffffff” border_width=”1px” border_style=”solid” disabled=”off”]
…pois todas as vezes que eu pegava um pincel vinha-me à recordação a minha “incapacidade”: uma mente enganada tentando sufocar uma alma angustiada! Hoje sei que fui terrivelmente enganada por minha crença de não ter capacidade para a arte. Todos nós nascemos artistas, como eu poderia ser incapaz se nunca havia tentado aprender? Só aprende quem não sabe…
[/et_pb_accordion_item][et_pb_accordion_item title=” Aos cinquenta minha alma gritou forte: Eu quero as cores na minha vida! Chega de tirania, este é o MEU momento! Não vou passar pela vida sem deixar gravada nela a expressão de meu verdadeiro eu!” open=”off” use_border_color=”off” border_color=”#ffffff” border_width=”1px” border_style=”solid” disabled=”off”]
…. Já não me esconderia mais atrás do “não posso” ou “não sou capaz”, era chegada a hora de fazer valer enfim o meu direito de colocar meus sentimentos em primeiro lugar! Já não me deixaria guiar por uma mente que tentava me sabotar em nome de antigas crenças que nem mesmo eram minhas, mas de pessoas que acreditei saberem mais que eu e às quais, por isso mesmo, atribuí o direito de opinarem sobre mim.
Para opinar sobre mim, basta meu coração, basta minha alma: ela sabe do que verdadeiramente gosto, pois traz em si os dons de meus talentos e potenciais. Ora me arrebatando com suaves brisas, ora com grandes temporais, ela é sempre límpida e verdadeira, amiga de muitas eras, companheira inseparável do meu destino por toda a eternidade. E, juntas, nós formamos uma dupla perfeita. Através dela, conquistei o meu direito de não acreditar em voz nenhuma que não seja a minha!
Celia Maria Marchini
[/et_pb_accordion_item][/et_pb_accordion][/et_pb_column_inner][/et_pb_row_inner][/et_pb_column][et_pb_column type=”1_4″ disabled=”off”][et_pb_image src=”https://www.safiraweb.com.br/wp-content/uploads/2016/10/IMG-01-NaturezaP.jpg” show_in_lightbox=”off” url=”https://www.safiraweb.com.br/project/natureza-giz-pastel/” url_new_window=”on” use_overlay=”off” sticky=”off” align=”left” force_fullwidth=”off” always_center_on_mobile=”on” admin_label=”Imagem” use_border_color=”off” border_color=”#ffffff” border_width=”1px” border_style=”solid” disabled=”off”] [/et_pb_image][et_pb_image src=”https://www.safiraweb.com.br/wp-content/uploads/2016/07/05_Nanquim_CeliaMarquini_2015-p.png” show_in_lightbox=”off” url_new_window=”off” use_overlay=”off” sticky=”off” align=”left” force_fullwidth=”off” always_center_on_mobile=”on” admin_label=”Imagem” use_border_color=”off” border_color=”#ffffff” border_width=”1px” border_style=”solid” disabled=”off”] [/et_pb_image][et_pb_image src=”https://www.safiraweb.com.br/wp-content/uploads/2016/07/Cair-da-Tarde-p.jpg” show_in_lightbox=”off” url_new_window=”off” use_overlay=”off” sticky=”off” align=”left” force_fullwidth=”off” always_center_on_mobile=”on” admin_label=”Imagem” use_border_color=”off” border_color=”#ffffff” border_width=”1px” border_style=”solid” disabled=”off”] [/et_pb_image][/et_pb_column][/et_pb_section]